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Hoje tive uma epifania.
Acordei às 7h30 com uma sede nada natural. Fui à cozinha buscar um copo de água e pelo caminho lá me lembrei que estava de ressaca. Ossos do oficio.
Voltei a deitar-me e, enquanto me virava para o lado, palavra de honra que vi pequenos anjinhos com uma harpa numa mão e uma mini na outra, enquanto se ouvia em fundo aquele "ahhhhh" muito celestial e um feixe de luz divina incidia sobre o meu computador.
Pensei imediatamente "Ora, esta merda ou é um sinal do Senhor ou então o tinto do jantar ainda está a dar coice".
Optei pela interpretação do sinal.
Após cuidada análise, concluí que todo aquele aparato foi a forma que Deus encontrou para me dizer "Inútil, meu filho, vai para engenheiro informático". E eu "tudo bem, Tu é que és o Salvador". O problema foi que enquanto estava a preencher a ficha de candidatura ao curso lembrei-me repentinamente: detesto computadores.
Não sei se já tinha dito isso. Já? Não faz mal. Detesto mesmo. Desculpa lá não respeitar a Tua vontade, ò Messias, mas vais ter que encontrar outro sinal qualquer. É que eu abomino mesmo os bichos. Tive um problema com o meu computador e tenho-o a trabalhar com uma placa de memória de 64. Isto não é lento. Isto faz uma preguiça parecer o Obikwelu. E a pontaria que estas bodegas têm para se irem abaixo quando são mais precisas? É um espectáculo. Morreu quando eu mais precisava dele, monte de parafusos filisteu.
Acredito piamente na IA destes bichos desde que isso signifique Irritar Alguém. E aí sim, estas merdas tecnológicas estão fartas de dar provas de serem capazes de IA. Felizmente, tenho algo superior a isso. Eu tenho um MD, um Martelo na Despensa.
E contra isso o Bill Gates ainda não criou software algum.
47 (sim, quarenta e sete) dias depois de ser operado, recebi hoje finalmente o meu primeiro cheque referente à baixa.
47 dias depois, não sei se já tinha dito.
Três vivas à segurança social!
Hip hip puta que os pariu.
1 – A inveja
Posto isso, depois da eleição de Barack Obama para a Casa Branca já só falta depor Robert Mugabe e meter um branquelas qualquer a governar o Zimbabwe.
Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Quem disse a Tomás Taveira que um estádio fica bonito quando construído de forma a apresentar semelhanças com um urinol? Será que aquela gritaria na cama ontem à noite faz de mim um tigre ou da minha namorada uma Meryl Streep do coito?
Quanto às duas primeiras, nada a fazer, continuam a ser mistérios insondáveis. Mas a última questão talvez já não. Pelo menos na óptica de Anahad O'Connor que, no livro Não tome banho em dias de tempestade, faz os possíveis para responder a essa e outras dúvidas inquietantes.
Ora, para quem não está para o comprar, o Expresso disponibilizou uma secção onde estão publicadas algumas dessas interrogações, entre as quais a tal a que há pouco me referia.
Sem me alongar em descrições da coisa (em caso de curiosidade, é fazer clik no link e dar uma vista de olhos), tenho a dizer que, apesar de interessante e engraçado, é um artigo capaz de dinamitar muita relação. Com machos inseguros, por exemplo. Não será assim tão improvável ver estas criaturas a imprimir o texto em questão, colar as folhas ao tecto ou fazer cábulas nas palmas da mão e ir consultando a obra, só mesmo para ver se os diversos patamares da evolução da coisa estão a ser cumpridos. Surge também a hipótese de parar o acto a meio e dizer "pera lá, tu estás a dizer frases completas" ou " as tuas costas não se estão a arquear e alongar incontrolavelmente". E isso, meus amigos, é mais anti-tesão que a imagem de um homem peludo só de peúgas a folhear revistas pornográficas dinamarquesas.
Outra coisa que pode advir daqui é a substituição dos velhos clássicos verbais acasalatórios. O que rende a partir de agora é misturar ciência com prazer carnal. Fora com o "Estás a gostar?", venha de lá o "Estás a libertar oxitocina?". "Foi tão bom para ti como foi para mim" é coisa de meninos frente a um contemplativo "Também libertaste endorfinas, amor?".
A ignorância é uma virtude? Nem por isso. Mas demasiada informação também é má para o negócio.
... quero ir trabalhar para o Perú.
É sempre assim.
Muda o ano, o calendário recomeça do zero, diz-se mal do ano transacto, perdão, transato (três vivas ao novo acordo ortográfico), anunciam-se expectativas gloriosas e mudanças revolucionárias para o ano vindouro e duas ou três semanas depois volta-se a cair na habitual rotina.
Sendo assim, porquê continuar a comer as doze passas e fazer resoluções de ano novo? Basicamente porque é sempre bom sonhar com objectivos inalcançáveis.
Não sendo excepção, também eu tenho as minhas atiladas e ponderadas resoluções para um melhor 2009.
- Viajar mais, sair da cidade. Talvez apanhar boleia para a Tanzânia e passar uma temporada com os gnus no Serengeti. Aposto que lá não há engarrafamentos, trânsito e que os gnus não conduzem o mais à esquerda possível.
- Mais cuidado com a alimentação. A vaca vai deixar de correr perigo de extinção. Vou-me alambazar em tofus, seitans, sojas e outras bodegas sintéticas como se não houvesse amanhã. Talvez plantar um feijoeiro no quintal e viver só de raízes cruas como aquele maluquinho holandês que vive mais a sua seita ali para os lados do Algarve.
- Mais cuidado com o corpo. Fazer mais desporto, talvez aspirar a bater o recorde nacional de uma qualquer prova de atletismo. Lançamento do peso parece-me bem. Estou a ficar com braços musculados graças às canadianas e desde que vi o Marco Fortes dizer que treinar cedinho é chato porque "de manhã é para estar na caminha" decidi que este é o verdadeiro desporto dos campeões.
- Aguentar a fisioterapia como um homenzinho. Não vão cá haver lágrimas, gritos de menina, pedidos de misericórdia, confissões falsas para evitar mais tortura. Não senhor, vai ser mesmo à macho. Com gritos, urros animalescos e uma fita vermelha amarrada à testa.
- Poupar para um PPR. Com 27 anos vou passar a viver como um Ebenezer Scrooge dos tempos modernos. Um par de calças e outro de calções chega-me perfeitamente para 365 dias, a comida da sopa dos pobres não tem assim tão mau aspecto, andar à boleia parece-me ser uma actividade interessante e os produtos culturais como livros, filmes e peças de teatro estão imensamente sobreavaliados. No poupar é que está o ganho.
- Enriquecimento espiritual. Talvez aderir a uma seita qualquer que faça exorcismos. À alma e à carteira. Possivelmente à IURD ou aos Manás. Entrar para uma abadia é capaz de não ser má ideia. Matava dois coelhos de uma cajadada, poupança e enriquecimento espiritual. É mesmo capaz de ser o melhor. Aliás, já não tenho assim tanto cabelo, pelo que o visual já está meio conseguido.
- Enriquecimento relacionamental. Casar, ter filhos, adoptar uma criancinha refugiada qualquer, comprar um cão, escrever um livro e plantar uma árvore. Isto numa fase inicial. Numa fase mais avançada, bater na mulher, bater nos filhos biológicos, deportar o adoptado, pontapear o cão e urinar na árvore. Há que honrar a tradição portuguesa.
- Estar receptivo a novas experiências. Vou fazer danças de salão, aprender a falar swahili, assistir a um concerto do Tony Carreira, ver de fio a pavio o programa infantil da Luciana Abreu, comprar o CD do Angélico e ouvi-lo todinho com muita atenção, ver um jogo do Glorioso sem vociferar, pular da cadeira ou dizer asneiras, fazer depilação definitiva às pernas, juntar-me aos Hare Krishna, aprender a andar de bicicleta.
- Acabar com os vícios. Trocar o cigarro pelo tradicional palito, caracóis vão passar a ser acompanhados com cházinho, acabar com os coiratos e inovar com as empadas de couve lombarda.
- Aspirar a uma vida mais zen. Conduzir com mais calma, não insultar os velhinhos que insistem em conduzir a 60 km/h na faixa do meio, não buzinar como se fosse um arauto da desgraça a anunciar o fim do mundo, expressar sempre a verdade quando me pedirem opinião, seja para dizer a um amigo que anda a descurar a sua higiene pessoal ou que é preciso ser muito nabiço para se pensar que peúgas cor-de-rosa combinam bem com calças de bombazine pretas.
- Ser realista mantendo expectativas fantasiosas para o futuro. Tornar a fazer novas resoluções daqui a um ano. E voltar a não as cumprir.
Pelo seu artigo logo se vê que o amigo não conhece...
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Experimentei o frizante Castiço na cidade de Coimb...