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A jurisprudência é uma paródia

por Inútil, em 27.05.08

Sempre vi os advogados como malta cinzenta, mercenários calculistas desprovidos de sentido de humor.

Convenhamos, a vida em sociedade é um jogo e o advogado foi o único gajo que se deu ao trabalho de virar a tampa da caixa ao contrário e ler as instruções. E acho que é por isso que eles são criaturas tão mal vistas pelas restantes. Porque sabem as regras da coisa e tiram proveito disso junto de quem as desconhece. E ninguém gosta de um sabichão.

O panorama geral ainda se torna pior ao pensarmos que esta corja tem uma espécie de sociedade secreta, uma maçonaria de sacripantas, cujo único objectivo é estudar formas cada vez mais competentes de dar a volta ao tabuleiro em favor deles. Eles dão-lhe o nome de ordem, mas acho que de harmonioso aquilo não tem nada.

Nunca joguei monopólio com advogados mas acredito piamente que seja uma experiência desagradável.

- Olha lá, estás a tirar dinheiro da banca?

-  É um empréstimo a meu favor.

-  Mas não podes fazer isso!

-  Isso está escrito nas regras?

-  Não...

-  Lá está, é um vazio legal.

São gente incomodativa.

Ou pelo menos, isso era o que eu pensava, até ver o regabofe que é a jurisprudência na Hungria. Diz que na zona do Danúbio, defender a lei é coisa para a paródia. Parece-me bem. Não vejo mal nenhum no facto de um gajo ter alegria no desempenhar do seu trabalho. É salutar e proveitoso.

A verdade é que assim, toda uma mitologia acaba por ser desmantelada.

Pois já como dizia a velha anedota:

 

When lawyers die, why are they buried in holes 20 feet deep?
Because deep down they're all nice guys.

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publicado às 16:04


Uma questão de imaturidade VIII

por Inútil, em 22.05.08

Ela – Olá! Há quanto tempo! Que é feito?

Ele – Oi! Está tudo na mesma, tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Ela – O trabalhinho como vai?
Ele – na mesma. E tu, que tal vai isso? Ainda andas com o coiso?
Ela – O coiso tem nome.
Ele – Pois, é capaz. Mas ainda andam, está tudo bem com o rapazolas?
Ela – Andamos, sim. Está tudo bem com ele. E tu, continuas solteirinho da silva?
Ele – Parece que sim, lamentavelmente elas não me vão caindo no colo.
Ela – Tens feito por procurar, pelo menos?
Ele – Feito por procurar? Epá, arranjar uma namorada não é bem a mesma coisa que ir às compras. Quer dizer, no cômputo geral, até é relativamente parecido com o acto de comprar sapatos.
Ela – Perdão?
Ele – Sim. Repara, antes de comprares um par de sapatos que te agrade, tens de experimentar alguns pares diferentes antes. Quando compras um par de sapatos à papo-seco, o mais provável é começares a descobrir defeitos neles mais rapidamente do que desejarias. Ver quais é que servem, quais é que ficam bem, qual o mais confortável. E sempre a pensar em longo prazo, não compras um par de sapatos só para andares com eles meia-dúzia de semanas. Tens de te certificar que é o par de sapatos perfeito para ti.
Ela – Isso não é um bocado rebuscado, até mesmo para ti?
Ele – Estava a falar metaforicamente, claro.
Ela – Depois queixa-te que não arranjas namorada. Se há coisa da qual uma mulher gosta é de ser comparada a um par de sapatos.
Ele – Se bem que por vezes ao fim de algum tempo começam a cansar os pés a um gajo. Metaforicamente falando, claro.
Ela – Nesse contexto, ainda andas sozinho porquê? Tens tido preguiça de ir às compras?
Ele – Não é bem por aí. Estou farto de encontrar as mulheres da minha vida. Infelizmente, nenhuma delas tem partilhado da minha opinião.
Ela – É uma questão de paciência. Não pode chover todos os dias, há de chegar uma altura em que sol apareça.
Ele – Às vezes sinto-me como se fosse um centro comercial antigo, daqueles que estão sempre às moscas.
Ela – Como assim?
Ele – Basicamente, sou um comerciante que tem a loja aberta todo o dia. Mas ninguém entra para comprar nada. Há uma ou outra que de vez em quando lá entra, mas só para ver as montras ou perguntar qualquer coisa inútil para o negócio. Isto ao fim de não sei quanto tempo seguido só dá vontade de encerrar o estabelecimento.
Ela – A vida é assim mesmo. Sem persistência não se chega a lado nenhum.
Ele – É capaz. As coisas deviam ser mais fáceis. Olha a maravilha que são as sociedades por castas. Não têm ralações deste género. É a vantagem de ser prometido a alguém aos quatro anos de idade.
Ela – O facto de não ser fácil é o que dá a graça toda à coisa. Se te fosse tudo dado de bandeja, não te sabia tão bem alcançares o que almejas.
Ele – Isso não é bem assim. Os gajos do Benfica fartam-se de trabalhar e há já não sei quantos anos que não alcançam nada. Essas tais pequenas vitórias não dependem só de ti, independentemente do trabalho que tenhas tido para as alcançar.
Ela – Continuando nesse contexto futebolístico (totalmente imbecil, diga-se), olha o caso da época do Sporting. Chegaram às últimas jornadas do campeonato em 5º, mas com um bocado de trabalho e insistência, acabaram por ficar em 2º e venceram a Taça. Foi essa mentalidade do querer atirar a toalha antes de tempo que custou a época ao Benfica. Sem trabalho não se chega a lado nenhum.
Ele – Foi escusado relembrar isso.
Ela – Tu é que puxaste esse assunto.

Ele - Mulheres...

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publicado às 17:08


5 meses depois

por Inútil, em 19.05.08

Ela está de volta, mais os seus devaneios cheios de pinta.

E já não era sem tempo.

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publicado às 18:13


Não era bem isso que eu queria dizer

por Inútil, em 19.05.08

Se eu pudesse escolher um upgrade para a minha pessoa , seria certamente instalar um botão de rewind no meu cérebro, que me permitisse emendar algumas das barbaridades que por vezes lá vão saindo.

Isto porque eu tenho um pequeno grande problema. A minha boca tem um funcionamento totalmente independente em relação ao resto da cabeça, o que é uma forma bonita de dizer que de vez em quando falo sem pensar nas consequências das minhas palavras.

Paixões declaradas que se mostraram não correspondidas, insultos embaraçosos que não eram para o ser, banais informações transformadas em comprometedoras revelações.

Tivesse eu nascido com um botão de rewind e muito constrangimento podia ter sido poupado.

Como aconteceu com o arrumador de carros que me viu a comer gomas e me veio pedir uma. Antes de mais nada, uma palavra em minha defesa: o gajo tinha mesmo mau aspecto, era rude e cheirava realmente mal. Posto isso, o meu cérebro formulou um rotundo "não" como resposta. A minha boca antecipou-se e um nada solidário "não, que isso faz-te mal aos dentes e tu não tens dinheiro para um dentista" foi prematuramente proferido.

Não foi propositado. Juro. Até porque sou boa pessoa e aquilo pesou-me na consciência. Mas não por tempo suficiente, já que uns dias depois, enquanto conversava com pessoal do curso sobre maluquinhos e psicopatas acabei por soltar um "tu até podias ser daqueles maluquinhos que vai para o trabalho de uzi metralhar tudo o que mexe, mas não tens emprego" a um colega que, pelos vistos, está desempregado. Percebi isso ao ver que toda a gente se ria menos ele.

Besta sim, mas perspicaz, atenção.

Se o arrependimento matasse, nestas ocasiões só me safava se fosse membro do Clã MacLeod. Ou então deste, acho que também servia.

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publicado às 13:33


Boletim noticioso

por Inútil, em 16.05.08

Não querendo ferir susceptibilidades nem tão pouco irritar alguém, mas, pelos vistos, parece que entrei hoje de férias.

E vocês não*. 

Também acordei perto das 13h.

E vocês não*.

Até calha bem, porque hoje não chove, faz um solinho upa upa e parece que vou acabar a tarde numa esplanada.

E vocês não*.

Quase três semanas sem filas de trânsito, transportes públicos em hora de ponta, aturar disparates ou a ver o sol aos quadradinhos.

E vocês não*.

Mas enfim, o que vale é que sou um gajo solidário e, como tal, logo à tarde talvez beba uma imperialzinha por todos vós.

Não precisam de me agradecer, a sério.

 

 

*Toma toma.

 

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publicado às 14:00


5h53

por Inútil, em 14.05.08

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publicado às 05:53

Até mesmo os homosexuais que são arraçados de Chewbacca.

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publicado às 15:08


Agora sim!

por Inútil, em 13.05.08

Finalmente, começou o countdown para as férias! É já a partir de 5ª feira.

 


 

Quer dizer... férias férias, assim a sério, com muita paz de alma e ausência de labor, não são. É só mesmo do trabalho, porque o curso está um tudo-nada atrasado e o prazo de entrega do portfolio é já daqui a um mês. Há que fotografar como se não houvesse amanhã durante os dias que se avizinham. E revelar. E imprimir. E voltar a fotografar. Vezes e vezes sem conta. Até à exaustão.

Vendo bem as coisas... férias, uma gaita.

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publicado às 13:29


Sim, faz todo o sentido

por Inútil, em 10.05.08

Forcados exigem seguro

É uma bela luta, por um objectivo totalmente razoável.

Pode ser que venham a servir de inspiração a praticantes de outras actividades igualmente desprovidas de perigo, como domadores de serpentes, engolidores de espadas ou fiscais da Emel, no sentido de alcançarem esse merecido seguro, há muito perseguido.

Acho que sim, pá! Compreende-se perfeitamente.

 

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publicado às 20:33


Como arranjar lugar num metro lotado

por Inútil, em 07.05.08

Haverá algum remédio santo para conseguir viajar confortavelmente num metro relativamente cheio, sem ir com a cara enfiada no sovaco do vizinho do lado?

Há, sim senhor. Basta levar um amigo, ocupar um espaço que esteja disponível e iniciar o seguinte diálogo:

 

Inútil - (Coça a perna com toda a fé).

Amigo do Inútil - Comichão?

Inútil - Nem me digas nada. Porcaria das pulgas, pá.

Amigo do Inútil - Continuas a ter os cães todos lá naquele barraco?

Inútil - Não me consigo desfazer deles. Os gajos até são giros, mas as pulgas tiram-me do sério.

Amigo do Inútil - E o resto do pessoal lá em casa, não se queixa?

Inútil - Opá, sabes lá! Noutro dia, a minha irmã levou umas amigas lá a casa. Quando saíram, até parecia que tinham sarna.

Amigo do Inútil - Pois, pá... é um pincel para um gajo se ver livre dessa bodega.

Inútil - (Sempre a coçar-se freneticamente) Parecem uma praga, pá! O mais certo é já te ter passado uma ou outra.

 

Ter esta conversa alto e bom som acaba por ter o mesmo efeito que uma crise de lepra, com a óbvia vantagem de não ser necessário perder dedos ou outras partes do corpo.

Comigo resultou e bem. Do Campo Grande ao Chiado, fui o caminho todo sentadinho, com o banco ao lado livre.

Experimentem. Não só é eficaz como torna a viagem mais confortável. E é sempre divertido ver a malta fugir como o diabo da cruz para outro lado qualquer.

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publicado às 16:52

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