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Quem copiou o estilo a quem?

por Inútil, em 30.01.08


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publicado às 03:56


Manual de etiqueta III

por Inútil, em 28.01.08
A noite já vai longa e avista-se a recta final do festim.
Se tiver seguido à letra as indicações dadas até agora, já não deve precisar de muita ajuda. Mas como o seguro morreu de velho, convém manter o jogo de aparências sem cometer erros desnecessários.
Não está a ver como? Basta recorrer à terceira etapa do plano:

- O final do evento.

Apesar de estar rodeado de nobreza e gente de sangue azul, convém não beber como um rei.
Não abuse dos cocktails.
Se bem que na maior parte das vezes o bar é aberto e as bebidas grátis, uma embriaguez num espaço desses poderá sair-lhe cara.
Beba só um copito. Dois, no máximo. O suficiente para se desinibir e meter conversa com as duas louras espampanantes que estão sentadas ao balcão.
Um whiskie a mais pode fazer toda a diferença entre ser bem sucedido na aproximação ou decorar com um bonito tom verde-vomitado aquele vestido de serapilheira que custou dois ordenados mínimos.
Mas atenção às frases de conquista! Os principiantes nestas lides costumam claudicar nesta fase. Não se esqueça que está a nadar no charco da fina-flor, por isso nada de tiradas à trolha rebarbado.
Não diga coisas como "Se eu fosse uma abelha, polinizava-te toda. É que nem o caule escapava.".
Apesar de ser mais bonito que "ò borracho, queres por cima ou queres por baixo?", continua a ter uma certa ausência de nível.
Mantenha a classe.
A classe e as calças apertadas. Se se tiver empaturrado em acepipes como se a sua vida dependesse disso, resista à tentação de desapertar aquele incómodo botão das calças ou alargar o cinto. Você entrou de fatinho composto. Se alguém o vir a transformar as suas calças numa tenda de campanha, todo o trabalho prévio terá sido em vão.
Falta só discutir o factor saída.
Não seja o primeiro a deixar a festa, mas também não vale a pena ficar até o pessoal da limpeza o convidar a evacuar as instalações.
Estude as pessoas, observe as manadas que entretanto se foram formando.
Há sempre um grupo que se destaca dos outros, uma espécie de elite dentro da elite. Visto que o sucesso deste plano se baseia em aparências, aparente pertencer a esse bando de colunáveis.
Adopte o comportamento deles. Beba o que eles estiverem a beber. Saia quando eles saírem.
Seja um com eles.
Assim, quando os restantes convivas estiverem a falar dessas criaturas apolíneas, estarão igualmente a falar de si e da sua inolvidável presença.
É possível que alguém desse grupo alfa se antecipe, detecte a sua presença e o escorrace a pontapé.
Se tal acontecer, não desespere. Há sempre uma alternativa.
Exactamente, as duas louras espampanantes.
Saia rodeado de duas mulheres lindas e vai ver que a sua história será imortalizada em inúmeras odes, cantadas pelos Homeros do universo socialite.

E pronto!
A partir daqui, as coisas já não pertencem ao meu departamento, não posso ajudar mais.
Volte a ler o manual e tenha confiança em si próprio.
Boa sorte!

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publicado às 22:54


Voilá

por Inútil, em 27.01.08
Pronto, até fizeram um jogo aceitável.
Despachado que está o campeão, já podem voltar a fazer as exibições de gabarito habitual. Aquelas que rivalizam em qualidade com o campeonato do Inatel.

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publicado às 22:30


As palavras que nunca mais direi

por Inútil, em 27.01.08
Visto que o Glorioso ganhou ontem à noite em Guimarães e 8 pontos são mais facilmente recuperáveis que 11, só me resta desejar (yuck...) boa sorte (isto está a custar um bocado) à malta de Alvalade (vou ter que me auto-flagelar a seguir a isto) para o jogo de logo à noite.
Por isso... Vamos lá (blargh...), Sporting. Força.
Agora, se me dão licença, vou lavar os dedos com aguarrás e queimar o teclado.

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publicado às 16:04


1-18-08

por Inútil, em 25.01.08
Há já muito tempo que não aparecia um hype tão forte à volta de um filme como no caso de Cloverfield. Uma bela campanha de promoção, sem revelar grande coisa, deixando o espectador curioso, à espera de mais.
Pois que tive de o ir ver ontem à noite.
O filme não é bom. É muito bom.
Fiquei siderado com aquilo. 80 minutos de filmagens caseiras onde há espaço para um monstro grandalhão (que é uma mistura de Godzilla com a baleia Willy), monstrinhos pequenitos, uma história de amor nada lamechas e uma Nova Iorque virada de pantanas.
É engraçado ver que apesar de ter sido feito com um orçamento inferior ao de Eu Sou A Lenda (outro filme de monstrengos na Big Apple), Cloverfield, sem ser um projecto pretensioso, consegue ser muito mais intenso, muito mais realista, o que só mostra que o dinheiro não vale de muito quando não há imaginação.
É o filme ideal para ir ver na sessão da meia-noite. E é mesmo imperdível. Dêem-lhe uma vista de olhos e depois digam-me lá se eu não tenho razão.

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publicado às 14:47


Diga o que lhe vai na alma

por Inútil, em 23.01.08
Estou a meio de uma aula de História de Arte.
Não é que me apeteça muito, mas é um complemento obrigatório ao curso de fotografia.
Desde que comecei a ter esta aula, sinto uma necessidade quase incontrolável de telefonar para a secretaria e fazer uma ameaça de bomba. Uma espécie de chamamento, um pedido de socorro da minha consciência, ao qual só consigo resistir apelando a todas as minhas forças.
Duas horas seguidas disto são uma lenta tentativa de suicido. O equivalente a engolir de um trago duas embalagens de soporíferos.
Nem é pela matéria em si. Ou melhor, também é. Mas isso aliançado à sala às escuras para projecção de slides e ao tom monocórdico da professora... ui, meus amigos! É melhor que leite morninho com bolachinhas antes de deitar.
A parte imbecil da coisa é que posso sair a meio da aula se me der na real gana. Lamentavelmente, tenho uma noção algo antiquada de respeito que me impede de o fazer e deixar a senhora a falar para o boneco.
É esse o mal das regras de decoro. Há conversas e pessoas que nos saturam num ápice, mas as convenções sociais de charme e educação impedem-nos de as mandar às urtigas. É pena.
Sinceridade frontal e respeito são dois conceitos que não se misturam. Ou que pelo menos tendem a entrar em conflito quando o fazem.
Assim como água com azeite ou Ricardo Quaresma com os Super Dragões.
Muitas vezes penso como seria o mundo e a vida em sociedade se todos disséssemos o que realmente pensamos de alguém em vez de o florear com pequenas mentiras ou alterações da verdade.
Seria melhor? Seria pior? Não sei. Mas só de pensar na quantidade de insultos que iriam chover para aqui, até tremo.

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publicado às 16:13


Manual de etiqueta II

por Inútil, em 21.01.08
Se tiver seguido à risca as indicações da fase 1, já se deve sentir como peixe na água junto da elite social. Mas atenção, qualquer deslize nesta altura do campeonato pode-lhe garantir uma reputação de labrego barraqueiro da qual não se livrará tão facilmente.
Como evitar tal desgraça? Fácil. Basta seguir à regra a segunda etapa do plano:

- No evento.

A palavra-chave a reter é calma.
Não se atire à travessa das entradas como o Bynia se atira às tíbias adversárias. É certo e sabido que o primeiro milho é para os pardais e essa regra é de ouro em solenidades com alguma envergadura. A não ser que o seu objectivo seja enfartar-se com folhadinhos de salsicha e pastéis de bacalhau, espere. Os melhores acepipes só passam da copa para a sala depois dos comensais empanturrados.
Ah, nunca se esqueça que não está na Associação Recreativa de Campolide. Os restantes convivas não irão manifestar grande interesse no prazer da sua companhia se estiver a abrir a boca enquanto mastiga aqueles deliciosos vol-au-vent de salmão.
Por falar nisso, será conveniente limitar o diálogo a conversas mundanas. Ninguém quer saber que o filho da Dona Alzira, a sua vizinha de cima, foi apanhado com a baguette em forno alheio. Ler o jornal no dia da festa é sempre uma forma de estar actualizado e garante-lhe temas de conversa suficientemente banais para poder quebrar o gelo.
À falta de notícias, invente uma. Fale daquele verme recentemente descoberto na Nova Guiné ou dos avanços da medicina no caminho para descobrir a cura para o síndrome de capgras. Vai ver que todos o vão acompanhar com o máximo interesse. Afinal de contas, ninguém gosta de passar por ignorante.
Se mesmo assim vir que não é capaz de evitar balbuciar um ou outro disparate, não desespere. Decore o nome de dois ou três jogadores da antiga selecção da USSR. Se ao dialogar com os indivíduos circundantes meter os pés pelas mão e soltar uma argolada monumental, diga apenas que estava a citar as ideologias de um famoso cientista social dos Urais ou coisa parecida.

Ex:
Você - ...blá blá blá e uma chapadinha de vez em quando nunca matou mulher nenhuma.
Conviva - ...
Você - ... Já assim diziam os Drs Shesternyov e Borodyuk.
Conviva - Quem?
Você - Não conhece?
Conviva - Não estou a ver quem seja...
Você - A sério? São dois famosos sociólogos. Toda a gente minimamente letrada os conhece.
Conviva - Ah sim, esses, claro! Tem toda a razão.

Nestes meios, a ignorância facilmente passa por inteligência quando associada a citações de estudiosos do comportamento humano dos quais nunca ninguém ouviu falar. E quanto mais rocambolesco for o nome, mais culto você fica a parecer.

Esclarecidos? Óptimo.
Já só falta o último degrau na escadaria para o sucesso, a fase 3 do plano: O pós-evento.

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publicado às 22:46



Vive La Fête - La Vérité

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publicado às 14:21


Serviço Público

por Inútil, em 17.01.08
Sábado, em Vila Franca, a não perder:


Nesta exposição, estarão em mostra trabalhos de quatro portentosos talentos da fotografia: João Castanho, Hélio Faria, Hugo Nunes e Flávio Quinas.
Apareçam, bebam um copo e dêem dois dedos de conversa. Nem que seja para dizer mal dos artistas. Eles são bons rapazes e não se chateiam.
E tudo ao som de DJ News, o único capaz de fazer remisturas de músicas do Bob Sinclar com a voz do Rodrigo Guedes de Carvalho.

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publicado às 03:49


Manual de etiqueta I

por Inútil, em 16.01.08
Foi convidado para um festim de alta sociedade e não sabe como se integrar?
Não desespere.
Seguindo as três etapas deste manual de etiqueta, facilmente se tornará no foco das atenções.
Concentremo-nos hoje na primeira:

- O pré-evento.

Escolha cuidadosamente a sua vestimenta.
Em locais onde a futilidade abunda, a escolha de um bom par de sapatos pode fazer a diferença entre ser o centro das atenções ou passar a noite ostracizado junto à entrada da copa. Evite os berloques a todo o custo. A mesma regra se aplica ao uso de peúgas com raquetes. Totalmente tabu.
Contrariamente ao que se pensa, usar a camisa aberta no peito e ostentar aquele fio de ouro que faria o B.A. Baracus corar de inveja não é de todo uma visão aprazível. Tape-se.
Ou destape-se, caso seja uma fêmea atraente. Um decote generoso, apesar de não ser essencial, garante sempre dezenas de bebidas grátis.
Quanto a jóias, esqueça aquele molho de fios que usava nos seus tempos de pescador de fataças na Nazaré. Opte pela simplicidade. Nada de pins da herbalife.
A componente visual é realmente importante, mas convém não descurar o factor olfacto. A não ser que vá a um banquete organizado pela Dum-Dum, não se besunte da cabeça aos pés em Kouros ou Aramis. Lembre-se, o seu objectivo é atrair pessoas. Não afastá-las ou fazê-las perder os sentidos.
Falemos agora do transporte.
É certo que os buracos que tem no tejadilho da sua 4L lhe proporcionam todas as noites uma fantástica vista do céu estrelado, mas, se quiser ser a estrela do evento, talvez seja melhor optar por um táxi.
E não se esqueça, apesar do 27 parar mesmo à porta do local desejado, chegar a solenidades num transporte público tem tanto charme como uma mosca no nariz de um cão morto.
Se tiver mesmo que ser, saia na paragem anterior e faça o resto do caminho a pé. Não só evita embaraços como ainda passa a imagem de ser amigo do ambiente.

Seguiu todas estas etapas? Óptimo. Então está pronto para a fase 2 do plano: O evento.

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publicado às 04:32

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