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Uma questão de imaturidade VIII

por Inútil, em 22.05.08

Ela – Olá! Há quanto tempo! Que é feito?

Ele – Oi! Está tudo na mesma, tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Ela – O trabalhinho como vai?
Ele – na mesma. E tu, que tal vai isso? Ainda andas com o coiso?
Ela – O coiso tem nome.
Ele – Pois, é capaz. Mas ainda andam, está tudo bem com o rapazolas?
Ela – Andamos, sim. Está tudo bem com ele. E tu, continuas solteirinho da silva?
Ele – Parece que sim, lamentavelmente elas não me vão caindo no colo.
Ela – Tens feito por procurar, pelo menos?
Ele – Feito por procurar? Epá, arranjar uma namorada não é bem a mesma coisa que ir às compras. Quer dizer, no cômputo geral, até é relativamente parecido com o acto de comprar sapatos.
Ela – Perdão?
Ele – Sim. Repara, antes de comprares um par de sapatos que te agrade, tens de experimentar alguns pares diferentes antes. Quando compras um par de sapatos à papo-seco, o mais provável é começares a descobrir defeitos neles mais rapidamente do que desejarias. Ver quais é que servem, quais é que ficam bem, qual o mais confortável. E sempre a pensar em longo prazo, não compras um par de sapatos só para andares com eles meia-dúzia de semanas. Tens de te certificar que é o par de sapatos perfeito para ti.
Ela – Isso não é um bocado rebuscado, até mesmo para ti?
Ele – Estava a falar metaforicamente, claro.
Ela – Depois queixa-te que não arranjas namorada. Se há coisa da qual uma mulher gosta é de ser comparada a um par de sapatos.
Ele – Se bem que por vezes ao fim de algum tempo começam a cansar os pés a um gajo. Metaforicamente falando, claro.
Ela – Nesse contexto, ainda andas sozinho porquê? Tens tido preguiça de ir às compras?
Ele – Não é bem por aí. Estou farto de encontrar as mulheres da minha vida. Infelizmente, nenhuma delas tem partilhado da minha opinião.
Ela – É uma questão de paciência. Não pode chover todos os dias, há de chegar uma altura em que sol apareça.
Ele – Às vezes sinto-me como se fosse um centro comercial antigo, daqueles que estão sempre às moscas.
Ela – Como assim?
Ele – Basicamente, sou um comerciante que tem a loja aberta todo o dia. Mas ninguém entra para comprar nada. Há uma ou outra que de vez em quando lá entra, mas só para ver as montras ou perguntar qualquer coisa inútil para o negócio. Isto ao fim de não sei quanto tempo seguido só dá vontade de encerrar o estabelecimento.
Ela – A vida é assim mesmo. Sem persistência não se chega a lado nenhum.
Ele – É capaz. As coisas deviam ser mais fáceis. Olha a maravilha que são as sociedades por castas. Não têm ralações deste género. É a vantagem de ser prometido a alguém aos quatro anos de idade.
Ela – O facto de não ser fácil é o que dá a graça toda à coisa. Se te fosse tudo dado de bandeja, não te sabia tão bem alcançares o que almejas.
Ele – Isso não é bem assim. Os gajos do Benfica fartam-se de trabalhar e há já não sei quantos anos que não alcançam nada. Essas tais pequenas vitórias não dependem só de ti, independentemente do trabalho que tenhas tido para as alcançar.
Ela – Continuando nesse contexto futebolístico (totalmente imbecil, diga-se), olha o caso da época do Sporting. Chegaram às últimas jornadas do campeonato em 5º, mas com um bocado de trabalho e insistência, acabaram por ficar em 2º e venceram a Taça. Foi essa mentalidade do querer atirar a toalha antes de tempo que custou a época ao Benfica. Sem trabalho não se chega a lado nenhum.
Ele – Foi escusado relembrar isso.
Ela – Tu é que puxaste esse assunto.

Ele - Mulheres...

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publicado às 17:08


1 comentário

De EA a 22.05.2008 às 21:19

Ora bolas... tava um diálogo tão interessante para ter um fim destes...
Mas o meu Sporting tá de parabéns, sim senhor!!! Ganhou, tá ganho... eh, eh, eh...

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