Se algum dia resolver escrever um livro sobre as 50 profissões mais deprimentes do mundo, irei reservar um capítulo só para aqueles desgraçados que cantam e tocam música ao vivo ora em restaurantes ora em casamentos.
Já alguma vez foram jantar fora a um sítio desses, com animação ao vivo e pararam para pensar no infortúnio desses coitados? Horas a fio sempre a tocar os velhos êxitos de Roberto Carlos e Martinho da Vila, com literalmente centenas de bandejas de comida desfilando à sua frente, num frenesim alimentício, sem nunca poderem petiscar nada.
E que chato deve ser actuar perante uma plateia de esfaimados e famintos, que assim que se sentam à mesa não descansam enquanto não enchem o bandulho.
São uma espécie de jukebox sertaneja com pulsação.
Ninguém lhes liga. São ignorados pelos demais ocupantes do recinto, que, na maior parte dos casos, nem com palmas retribuem o esforço e empenho dos artistas.
Deve ser desagradável.
E por falar em artista, o que é que estes amigos escrevem quando lhes é pedido que indiquem a actividade profissional?
Artista musical?
Trabalhador de hotelaria?
Empresário intelectual por conta própria?
Sinceramente, não faço a mais pequena ideia. E palpita-me que eles também não.
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2 comentários
De Sooty And Aive a 11.08.2007 às 00:36
Aqui fica uma sugestão de profissão que é capaz de entrar no lote das 50 mais deprimentes:
Na Colômbia, há quem tenha como profissão ficar o dia sentado num banquinho baixinho (tipo aqueles dos stewards, nos jogos de futebol) e fechado numa garagem de uma casa ou de um prédio, de vigia, para evitar que alguém coloque bombas nos carros...